segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Marina?

Sempre nos ensinaram que uma hora ou outra, encontraremos nossa outra metade. E que esse alguém será alguém que vai completar todos os nossos espaços vazios e suprir todas as nossas faltas. Mas nunca nos disseram que haverá alguém que vai ouvir nossas críticas e nos criticar, mas no fundo, vai entender que os defeitos de um não sabem viver sem os do outro e que isso é amor. E foi assim, sabendo disso apenas na teoria que eu a encontrei. Letícia? Foi inesperado, mas eu logo percebi que íamos nos dar bem. A agressividade de uma completando a impulsividade da outra. Assustando o restante e arrancando comentários sobre o mau-humor que possuímos. Mas para nós, uma com a outra, os resquícios de meiguisse existentes em ambas, formam uma atmosfera de eterna compreensão. E apesar de toda a diferença de gostos, de música e de cores, achamos uma na outra exatamente o que faltava. E não se sabe o que é, mas é aí que se encontra a chave da nossa estranha relação. Apesar de todo o contato físico, dos beijos e dos abraços, é na mente e no coração que uma preenche os buracos da outra. É na mente e no coração que nos vemos como em um espelho: iguaizinhas. Nada de frases feitas, nada de promessas, não há nada vazio entre nós. A nossa proximidade combina perfeitamente com a necessidade que temos de passar um tempo sozinhas. E isso é amor. E esse foi o texto mais bonito e mais difícil que eu escrevi. Completo, e ao mesmo tempo incompleto. Porque por mais que eu explique certinho e tire tudo do fundo do meu coração, eu nunca vou preencher as lacunas do nosso temperamento explosivo que nem nós conseguimos entender ao certo com palavras, não temos nenhuma necessidade de afirmar o que sentimos uma pela outra, exceto em raros momentos de instabilidade emocional e carência. Mas de certa forma, está tudo implícito, porque tudo, tudo é sobre nós. E definitivamente, isso é amor.