domingo, 19 de setembro de 2010

Justiça sobre quatro patas.

Eu nunca consegui terminar nada na minha vida. Pelo menos, nada direitinho, parte por parte. Eu pulei o último ano do Pré e fui direto pra Primeira Série. Terminei a Oitava Série e ainda sinto falta de antigas coisas, e só de pensar no término do Cotil, meu coração já explode em mil pedaços. Meu primeiro grande amor foi embora e levou várias partes minha com ele. Nenhum relacionamento meu teve um final. Nem feliz, nem triste. Todas as minhas relações amorosas evaporaram ou estouraram como Bolhas de Sabão cheias de fumaça, deixando tudo mais pesado, cinza e triste. A tia que se tornou uma segunda Mãe pra mim morreu em outro país e nem me ouviu dizer que pensava nela todos os dias e a amava mais do que a mim mesma. Meu irmão nunca morou comigo, e meu primo que cresceu do meu lado como se fosse ele, está numa brisa que nem Deus tira. Posso dizer que pensei muitas vezes que - se é que a justiça existe - certas coisas foram muito injustas comigo. Em tudo o que se sente. Mas não era sobre isso que eu queria falar. É que eu acabei de assistir Marley e Eu e eu chorei tanto e lembrei tanto da minha antiga cachorrinha que eu senti necessidade de escrever um texto contando que se eu fui recompensada com sentimentos em alguma parte da minha vida, foi com ela. E mesmo eu sabendo que ela tinha morrido (mesmo depois de meses de idas ao veterinário e planos animadores) quando eu voltei de uma alegre tarde de filmes na casa de uma amiga, e não podendo ter dado o adeus que eu gostaria, eu sei que ela soube de tudo o que eu sentia. Ela viu que eu não comi, quando ela também não conseguia engolir. E viu que eu não falei durante duas semanas depois que ela se foi. E ela sabe, que foi na minha vida, algo de completo.

E eu gostei desse texto, mesmo soando exagerado.

domingo, 12 de setembro de 2010

"Meu melhor amigo se mudou"

E eu fiquei tanto tempo por aqui, mordida, acuada, morrendo de ciúmes que quase não percebi que estava perdendo meu melhor amigo. Eu mesma criando barreiras invisíveis que me afastavam de você e me deixavam mais distante de tudo o que me quase me matou de saudade. E claro, não é exatamente como era antes, eu ainda sinto falta das madrugadas de intermináveis conversas, de você frequentar a minha casa todos os dias, mas isso é uma parte que podemos recuperar. Mas agora depois de meses sem conversar com você ou sequer ouvir sua voz eu vi que você era quase tudo que eu tinha e eu estava perdendo. Mas agora estamos aqui, de novo, é meio contrangedor te chamar de meu, de meu melhor amigo, depois de o que podemos chamar de um longo estágio de afastamento. Um longo tempo. Mas por um outro ângulo eu enxergo que nada mudou e eu ainda encontro o carinho e a compreensão de sempre. E vejo o que eu nunca deixei de notar em todo esse tempo: Você está em mim. Eu te amo muito, você é quase minha família.